sábado, 10 de setembro de 2016

Conclave de Líderes - Parte 1

Reforma Íntima Sem Martírio - Capítulo 30


“Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 11 - Item 11


Faltavam apenas dez minutos para as duas horas. A madrugada revestia-­se de intenso trabalho. Era a última semana do segundo milênio da era cristã. As expectativas criavam um clima psicológico na Terra de rara amplitude – uma virada de ano na qual as esperanças se renovavam coroadas de júbilo e fé.

Cumprindo mais uma de nossas programações no Hospital Esperança, reunimos influente grupo encarnado de pouco mais de mil formadores de opinião no movimento espírita. Trouxemo-­los para uma breve e oportuna advertência. Radialistas, unificadores, médiuns, escritores, oradores, dirigentes, apresentadores, jornalistas, expositores, diretores, estudiosos e muitos presidentes de centro espírita estavam sendo devidamente preparados havia quase três dias para que pudessem cooperar com o desligamento perispiritual e ampliassem sua lucidez quanto ao tentame.

O professor Cícero Pereira foi encarregado de fazer os comentários em nome de Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo.


Observávamos a chegada de cada um dos membros, todos em estado de emancipação e acompanhados de pelo menos três cooperadores que se revezavam em variadas tarefas junto a cada um deles. Alguns ofereciam dificuldades até para se assentar nos lugares a eles reservados no salão, contudo, no horário previsto, tudo era calmaria e prontidão para o serviço da noite.

Aos dois minutos para as duas horas entraram Eurípedes e Dona Maria Modesto Cravo ladeando o amado Bezerra e o professor.

Em brevíssima e sentida prece, Eurípedes ordenou o iniciar dos trabalhos. Dona Modesta tomou de um microfone para explicar o objetivo da ocasião, dizendo:

— Amigos, paz e esperança a todos. Nosso tempo é curto em razão das condições especialíssimas a que foram aqui trazidos pra guardar registros nítidos e úteis ao regressarem ao corpo. Portanto, que fiquem claros nossos objetivos nesse encontro. O momento psicológico nessa última semana do milênio enseja sentimentos elevados em relação ao futuro. A mensagem que vos queremos endereçar diz respeito à necessidade imperiosa de propagarem uma noção mais realista e estimuladora do processo de crescimento espiritual entre vós. Sem fé nos esforços e sem a crença sustentável nos ideais de renovação interior, a caminhada do discípulo do Cristo fica entorpecida e fragilizada. Atendendo aos ditames proclamados por Bezerra de Menezes em sua magistral palestra “Atitude de Amor” (1), convém-­nos tecer considerações sobre o coração dos temas morais do Espiritismo: a reforma íntima. Abram a coração e dilatem o raciocínio para ouvir a mensagem de Cícero Pereira e, em retornando ao corpo, arregimentem energias na difusão de uma campanha sem precedentes em torno do tema. Por ora, nos comprometemos em lhes enviar no futuro uma resenha desse nosso encontro pela via da mediunidade, a fim de acordarem vossas lembranças. Vamos ao labor.

Dona Modesta fez um sinal ao professor, o qual assumiu a tribuna:

— Declinarei de quaisquer detalhes que nos desaproximem do tema. Desejo que todos enriqueçam as almas nesse conclave com a paz e a esperança.

“Constatamos um ascendente número de adeptos que tem desistido dos ideais de melhoria em razão do ônus voluntário que carreiam para si mesmos ao conceberem a reforma íntima como um compromisso de angelitude imediata. O momento exige autocrítica e vigilância. Além do ônus do martírio a que se impõem, ilusões lamentáveis têm povoado a mente de muitos espíritas sobre o porvir que os espera para além dos muros da morte, em razão dessa angelitude de adorno. Aqui mesmo, nesse hospital, enfrentamos situações severas da parte de homens e mulheres, os quais foram agraciados com o conhecimento e o trabalho nos campos educativos da seara espírita e que, a despeito de suas honrosas fichas de prestação de serviços, encontram-­se envergonhados uns e atormentados outros, porque descuidaram do erguimento dos valores eternos na sua intimidade. Muitos deles, aliás, não esqueceram a reforma íntima, mas não souberam edificá-­la.


“Os espíritas que desencarnam em melhores condições trazem em comum a persistência que nutriram no idealismo superior até o último dia em seus corpos físicos. Essa, porém, não tem sido a marca moral da maioria, que, variadas vezes, tem se equivocado com padrões de conduta espírita consagrada nos círculos da doutrina entre os homens. Tais equívocos existem porque os modelos erigidos como referências, quase sempre, conduzem o discípulo à acomodação e ao desculpismo, que produzem o desleixo na avaliação íntima das causas de suas imperfeições. Nessa passarela de perfis de comportamento socialmente aceitos dentro da Seara, a criatura sente-­se excluída e falida quando não consegue transpor os umbrais de seus impulsos, nem sempre conhecidos de si mesma, para atender aos quesitos que a inserem na condição de verdadeiro espírita, conforme os critérios espontaneamente aceitos pela coletividade dos seguidores. A partir de então, se não conta com a fraternidade e a compreensão alheia, desiste dos seus ideais ante os assédios da dor psicológica decorrente da autocobrança.


“Somente sentindo-se aceita como é nos grupos de sua participação é que a criatura encontra motivação para se burilar nos campos do espírito. Essa não tem sido a realidade de muitos grupamentos que, lamentavelmente, em muitas ocasiões, ao invés de cumprir a aspiração de serem Casas de Consolo e Verdade encarceram-se nos desfiladeiros de templos de hipocrisia e intransigência.

“A reforma íntima não pode mais se circunscrever a mero artigo de discurso, para que haja um sentido evangélico nas ideias espirituais que construímos na tarefa da comunicação de nossos princípios. Precisamos examiná-la minuciosamente com mais clareza para que a imaginação humana, limitada por ilusões, não a converta em fórmula salvacionista, mensurando-a por esses padrões de pouco ou nenhum valor moral.

“Tivemos três fases bem marcantes e entrelaçadas no movimento humano em torno das ideias espíritas: o fenômeno, a caridade seguida da difusão e, agora, mais que nunca, a interiorização. Entramos no período da maioridade, preparando-nos para a aquisição de valores incorruptíveis. Nossa meta é o Espiritismo por dentro, o intercâmbio de vivências morais à luz das bases que consolidam a lógica do pensamento espírita. Na etapa da caridade em que predominou a ocupação com o próximo, muitos corações se inspiraram nos conceitos doutrinários para transferir a outras existências a continuidade de seu progresso na melhoria espiritual. Raramente ouvimos esse enfoque descuidado nos dias atuais. Por outro lado, uma nova postura extremista desponta-­se com vigor: a santidade instantânea. Se ontem havia um descuido em razão de fugas, hoje temos uma nova invigilância por causa da ilusão em saltos evolutivos.


“Inspirados em padrões de comportamentos rígidos da religião organizada, muitos discípulos da boa nova espírita asseveram seguir os exemplos de Jesus e Kardec, guardando cenho carregado e distância das atitudes espontâneas de alegria e afeto, alegando seguir as orientações doutrinárias, como se houvesse um estilo exterior e predefinido de reconhecimento dos espíritas. A grandes malefícios tem levado essa cultura de santificação de adorno por impedir as criaturas a uma incursão nas profundezas de si mesmas, objetivando identificar as necessidades individuais de aprimoramento. Cada Espírito tem imperfeições próprias, únicas, e, também, qualidades em diversificada intensidade e características, não sendo útil nem sensata a adoção de um elenco de convenções religiosas de fora para dentro para serem seguidas.


“Espiritismo é a mensagem da Boa Nova para os tempos atuais. Boa Nova quer dizer boa notícia, boa novidade, e o principal sentimento de quem comunica uma boa notícia é a alegria. Por mais avançadas sejam as conquistas humanas, o Evangelho continua sendo a Grande Novidade desprezada pelos homens para que reine a paz e a equidade social, o caminho esquecido e protelado por se tratar da porta ­estreita que exige conduta austera e vigilância permanente. Boa conduta e vigilância, no entanto, não significam que se deva cobrir de tristeza e carranca e pretexto de ser responsável e íntegro.

“Trabalhamos para que o movimento espírita se alinhe com os demais movimentos humanos que colaboram para o apressamento da regeneração. A despeito de suas valorosas conquistas, não poderá triunfar ante os desafios sociais da atualidade sem assumir o compromisso de projetos orientados para o crescimento pessoal. A solidez da moral que sustenta os fundamentos do corpo doutrinário espírita constituirá o grande diferencial entre todos os métodos até hoje utilizados pela religião para conscientizar o homem. Fechar os olhos para essa necessidade poderá prolongar e fortalecer as primeiras sequelas palpáveis do processo de institucionalização, o qual tem inspirado nocivos episódios de estagnação e dogmatismo nas concepções e nas atitudes no seio desse movimento”.


Nesse trecho da palestra, o clima do início sofreu significativa alteração. A platéia mantinha-­se atenta aos comentários do palestrante. Alguns companheiros ofereciam certa dificuldade para se manter aquietados, o que logo era contornado pelos atentos cooperadores que se espalhavam aos milhares em funções previamente definidas para o encontro.

Pelo olhar do professor para a mesa onde se assentavam Eurípedes, Dona Modesta e Bezerra, sentimos que abordaria delicada questão em sua fala. E como se buscasse aval, assim continuou:

— Motivemos os núcleos espiritistas a uma campanha de esforços pela implantação da noção de escola do espírito, erguendo trincheiras seguras e generosas para o entendimento mais consistente do ato de educar a si mesmo. Mais do que Espiritismo curricular, nobre em seus fundamentos universais, necessitamos de esperança e consolo na alma para estabelecermos um clima de otimismo e entendimento na superação dos percalços do caminho de transformações íntimas a que fomos todos convocados, integrando nossa ação, definitivamente, com todos os paradigmas descerrados pela proposta cósmica da Doutrina Espírita.

“Nessa escola da alma pensemos os valores humanos como metas possíveis, e não como virtudes angelicais, as quais permanecemos muito distantes da possibilidade de experimentar. Iniciemos claramente uma cultura de autoestima e fé em nossas potencialidades, sem receio dos tenebrosos assaltos da vaidade e do orgulho. A mensagem da Boa Nova é para todos os que desejem adotá-la como roteiro de vida. Conceber as propostas Sábias de Jesus como um convite para um futuro longínquo é agasalhar desânimo e desvalor para com nossas habilidades latentes. O Mestre não nos traria um convite ao qual não tivéssemos condições de responder. Mesmo passados tantos séculos depois de Seu exuberante Ministério de Amor, Ele nos aguarda confiantes na decisão de segui-­Lo.

“A ausência de horizontes novos sobre velhas lutas, enfrentadas pelos discípulos espíritas no campo íntimo, tem lhes desmotivado em relação aos nobres ideais de crescimento. Buscam respostas e caminhos, mas eis que os vigorosos reflexos da esteira evolutiva teimam em se apresentar, provocando desgosto e baixa autoestima, subtraindo o vigor da sinceridade nos compromissos de melhoria assumidos perante a consciência.

“Dura realidade precisa ser avaliada em favor de nosso próprio bem: mais do que práticas e instituições, é necessário preparar o seguidor da doutrina para aprender a gostar de relacionamentos. Com raríssimas exceções, o espírita, assim como a maioria dos homens reencarnados, não aprendeu a gostar das pessoas com as quais convive, descobrir-­lhes as virtudes, encantar-­se com suas diferenças, cultivar a empatia. Muitos agem como se pudessem se beneficiar das práticas que tanto amam sem ter de suportar o peso das imperfeições alheias – o que muito lhes agradaria. Ama-­se, muitas vezes, com mais alegria, o Centro, suas dependências e tarefas do que aqueles que nele transitam. Há companheiros com mais cuidado com seus livros espíritas que com os amigos de tarefa.”


Novamente constatou-se a inquietude entre os ouvintes. Algo lhes desagradava profundamente. O professor não se fazia surpreso e prosseguia sem temor:

— No que diz respeito aos núcleos espíritas, especialmente, convenhamos que o excesso normativo tem levado a prejuízos incalculáveis na criação de relações autênticas e educativas. Necessário resgatar o foco central do Espiritismo: o amor entre os homens antes de ritos e práticas, os quais não passam de recursos didáticos de aprendizado e enriquecimento das vivências.

“A proposta do amor contida no Espiritismo cristão não deve ser circunscrita a meros discursos estéticos na tribuna, tampouco a ocasionais doações de fins de semana no tempo que sobra às tarefas caritativas. O lar e a vizinhança, a rua e a empresa, a escola e as instituições humanas de recreação, os grupos sociais em geral aguardam-­nos na condição de sal da terra para operar a inadiável metamorfose espiritual da regeneração.


“Consolidemos projetos de humanização nas agremiações da Terra em favor de dias melhores e mais proveitosos, como nos convoca o amado Bezerra de Menezes à vigorosa aplicação de um programa de valores humanos nos centros espíritas (2). O espírita passou a ser um conhecedor da vida espiritual e suas leis, mas continua ignorante sobre si mesmo, porque adota estudos sistematizados de Espiritismo, mas permanece um vácuo nos estudos sistematizados sobre si mesmo, o autoconhecimento. Temos aqui mesmo, no Hospital Esperança, muitos devotos que detinham toda a história do Espiritismo na memória, conheciam bem todos os clássicos da Doutrina, contudo, não se esforçavam para estampar um sorriso aos companheiros de grupo”.

Após essa fala grave, houve um burburinho geral. Curiosidade e certa dose de desconforto pairaram no ar. Todavia, a medida em curso não comportava maiores divagações diante do estado de sonambulismo em que se encontravam os encarnados. Embora alguns tenham ensaiado algumas indagações e questionamentos, foram contidos por seus condutores. Qualquer estado de exaltação poderia pôr a perder a incomparável ocasião. Refeito o ambiente, o professor, com mais ênfase e tomado de abundante afetividade, pronunciou-­se como a saber a natureza das dúvidas que não chegaram a serem externadas, dessa forma:

— Ninguém, em sã consciência, poderá negar que velhas fórmulas religiosas foram copiadas para a estrutura de nossa seara, estimulando o retorno de fracassadas vivências da alma no campo do egoísmo.

“Religião sem religiosidade é uma separação milenar em nossas ações!

“Temos projetos sociais religiosos, entretanto, são escassos os nossos projetos pedagógicos de religiosidade. A ação social espírita, tão rica de iniciativas, quase sempre tem priorizado o ato de solidariedade distante do seu caráter educativo, esbarrando, vez que outra, nos 'recifes' dos movimentos religiosos de massa, encalhando inúmeras vezes a embarcação do raciocínio nos excessos da fé de superfície. Nossas ações sociais estão cada vez mais contaminadas pela linguagem dos significados, isto é, pela concepção interpretativa do Espiritismo centrada no discurso salvacionista, sustentando posturas de ufanismo ideológico e ausência de diálogo, em oposição aos princípios de fraternidade acolhedora e interatividade pacífica, os quais emergem da filosofia espírita e que deveriam florescer em relações de paz e inclusão. Assim expressamos com rigor, para que não estimulem em seus trabalhos de formação de opinião as expectativas de angelitude após a morte corporal. Por mais nobres sejam as obras que ergamos, por mais devoção a elas ofereçamos, torna-­se imperioso o desapego de fantasias de merecimento em torno de supostas honrarias no reino dos espíritos. Adotemos a condição de aprendizes e servos, pelo bem de nossa paz. Nossas atividades, por mais nobres que sejam, não passam de frutos da boa ­vontade de quem está recomeçando.


“A visão religiosa com a qual fomos educados fez do erro o pecado e da melhoria da alma uma virtude para almas seletas. Jesus, como modelo e guia, tem sido interpretado como uma meta distante e para poucos, incentivando a mentalidade da estagnação.

“Ao longo dos milênios de experimentos evolutivos, o homem instintivamente praticou a adoração ao Ser Supremo através das mais variadas formas. Desde os horizontes da racionalidade primitiva até os antecedentes da religião organizada, foram muitas as conquistas humanas cujo fim foi reverenciar esse Ser Onipotente que hoje chamamos Criador e Pai. Semelhantes vivências arquivadas na alma passaram a constituir o patrimônio mental da religiosidade – impulso humano para buscar o transcendental, o sagrado. E como religiosidade se expressa de conformidade com as conquistas espirituais e intelectivas, a necessidade psicológica de adoração exterior para tornar mais concreta a relação com Deus fez surgir um enorme contingente de rituais e cerimônias, castas e convenções que determinaram uma ética própria para quantos se filiassem aos roteiros dessa ou daquela crença. Nasceram, então, os padrões de conduta religiosa estabelecidos para que o homem se apresente a Deus em condições dignas de Sua aprovação. Secciona-se o profano do sagrado causando uma divisão inconciliável entre comportamentos classificados como puros e impuros aos olhos do Pai.


“O dogma como crença imposta toma feições fortes porque veio a galope no dorso das ameaças do céu, nascidas em concílios e tribunais recheados de interesses de facção. Dentre essas sacramentações ideológicas que sulcaram a mente com nocivas noções sobre o que seja a renovação espiritual, vamos encontrar o terrível vício de santificação, resultante das ideias de angelitude instantânea, guiando a criatura para condutas puritanas das quais não faziam parte os seus sentimentos, uma idealização do que seja ser cristão.

“Associamos, assim, à tarefa da santificação pessoal, nos dias atuais, a ideia de uma vida sem infortúnios, como se santificar fosse mais uma fórmula de baixo custo para nos livrar da dor, um modo fácil de alcançar o reino dos céus. Fazemos tudo certinho e Deus nos recompensa com a felicidade. Fazemos negócios com Deus.

“A negação das necessidades íntimas a título de santificação leva a uma ruptura nem sempre bem conduzida por parte de quantos anseiam pelos novos ideais de espiritualização. Essa ruptura, no entanto, precisa ser feita passo a passo par não gerar maiores lutas.


“O nível de exigência excessivo com a melhora interior pode gerar muitas perturbações. Confundimos elevada soma de cobranças com esforço efetivo de transformação. A cobrança gera angústia e somente o esforço sereno leva à libertação.

“Muitas ilusões e preconceitos cercam o processo da reforma íntima. Alguns deles são: a ideia de saltos evolutivos com mudanças abruptas, a presunção de que somente o Espiritismo pode propiciar a melhoria do homem, a concepção de que estar na tarefa doutrinária seja automaticamente um indício de conquista virtuosa, a falsa concepção de que existem partes de nós que não podem ser aproveitadas e precisam ser eliminadas ou substituídas por algo nobre, a prisão a modelos mentais de ação como critério de avaliação de crescimento espiritual.

“Poderíamos assinalar que vivemos em maior ou menor influência sob um milenar arquétipo de santificação. A própria Lei do Progresso acende a chama do desejo de ser melhor, no entanto, nossos condicionamentos morais assopram vigorosamente sobre o campo do discernimento, criando miragens e perturbações sem fim.


“Nosso apelo a todos que aqui se encontram, perante a postura da responsabilidade de serem influentes líderes da comunidade doutrinária, é a de que debrucem sobre o tema pouco devassado da conquista de si mesmos e nos auxiliem a estender um programa de moralização dos conceitos espíritas, promovendo a casa espírita ao ideário de ser uma autêntica escola do espírito. A reforma íntima, tão decantada, não tem sido devidamente explicada!

“Que fique clara nossa intenção. O Espiritismo em si, enquanto teoria, é moralizador. No entanto, quantos lhe aderem aos princípios suplicam clareza nos rumos para que edifiquem na intimidade a personalidade nova, já almejada pela maioria dos que se encontram atraídos para as propostas espiritistas. Como mudar? Como fazer? Como ser um Homem de Bem? Eis as nossas questões.

“Jesus nos ampare nesses tempos novos de renovação e pacificação da humanidade. Lutemos todos com todas as forças para atender ao apelo sábio de Emmanuel, quando diz: ‘Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre primeiramente o expilais dos vossos corações’.”



Pelo fato do capítulo 30 ser muito extenso, este será dividido em duas partes aqui no blog. Não deixem de ler a continuação do capítulo, denominado "Conclave de Líderes - Parte 2".



1 e 2. Vide mensagem “Atitude de Amor” na obra mediúnica SEARA BENDITA (diversos Espíritos), psicografada pelos médiuns Maria José C. S. Oliveira e Wanderley S. Oliveira.

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